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                   ALFREDO  MANUEL 
                    
                  Poeta moçambicano,  militante da FRELIMO, como os demais engajado na luta armada de libertação  nacional. 
                    
                    
                  
                  POESIA DE COMBATE – 2ª. edição. [Maputo]:  Departamento de Trabalho Ideológico do Partido – FRELIMO, 1979.  39 p. ilus. 14,5 x 21 cm.  10 000 exs.    
                  Ex.  bibl. Antonio Miranda. Doação do livreiro Jose Jorge Leite de Brito.  
                  
                    
                    
                  VENCEREMOS 
                  O Sol rompeu 
                    O homem se levanta  
                    Para ver o que se passa em sua volta 
                  Pega a enxada para a  machamba  
                    Os produtos são-lhe roubados  
                    Pega o anzol para a pesca  
                    Os produtos são-lhe roubados  
                    Por fim a ele é exigido o imposto e oprimido 
                  Todo pensativo  
                    Finalmente o homem descobre  
                    De que vive preso  
                    Ligado com fios chamados colonialismo 
   
  Decidido pôs-se a lutar energicamente 
  Para se libertar das garras 
                    Para lançar fora essas garras 
                    Que lhe prendem as mãos, pés e consciência 
                    Esses piolhos que só vivem à custa do sangue                                                        
                    dos outros 
                    
                  O homem, firme, decidido,  avança e diz: 
                    Sairão, sairão, caso contrário 
                    A luta não acaba até que morra.  
                    
                    
                  MOÇAMBIQUE DIZ 
                    
                  De mim saíste, p'ra mim  virás. 
                    O teu ser, dependeu de mim,  
                    A formação do teu corpo  
                    Dependeu das minhas riquezas. 
                  Alimento que te dei desde a  tua infância  
                    Até aos dias da tua-adolescência  
                    Saiu do meu solo. 
                  O sangue que te corre nas  veias  
                    São as águas dos rios que correm em mim 
                    Elas são as minhas veias. 
                  O teu pensar, é o meu desejo;  
                    O teu combate é a minha alegria  
                    É a minha futura Liberdade. 
                  Para que eu seja livre, é  preciso que te levantes  
                    E derrames o teu sangue heróico, dia após dia.  
                    Sê conforme as circunstâncias  
                    Pois a riqueza depende do futuro. 
                  Para que eu venha a ficar  alegre 
                    É preciso que tu não vaciles.  
                    O meu existir é somente para ti,  
                    Meu filho. 
                  Não tem lugar em mim,  
                    Só se te portares bem, eu em ti, vice-versa. 
                    
                    
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                  Página publicada em julho de 2021 
                
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